O papel do Estado em meio à pandemia
Publicado 10/04/2020 - Atualizado 10/04/2020

O século XXI enfrenta sua pior e mais dramática crise sanitária. Todos os países, nos cinco continentes, são diariamente acometidos pela pandemia da Covid-19 deixando rastros de mortes, falências e governos de joelhos.
Somente países que, embora preguem aos outros países o tal neoliberalismo e uma globalização mentirosos, e que conservam sua industrialização e sua própria soberania nacional, são capazes de enfrentar esta crise com certa eficiência.
O embuste globalizante e o discurso do Estado Mínimo caem por terra nesse momento dramático. Fica explícito, afinal, que não é o dito “deus mercado” que socorrerá os milhões de doentes e auxiliará a sociedade frente às ruínas econômicas que a pandemia vem provocando.
A intervenção do Estado é urgente e insubstituível tanto na crise sanitária, quanto na crise econômica mundial.
Embora muitos oportunistas preguem, desonestamente, uma dicotomia entre a crise sanitária e a econômica, ressalta-se que só há como salvar a economia salvando, em primeiro lugar, a vida das populações. Não há bem maior do que a vida.
Economia se faz com produção, crédito e consumo, e sobretudo, com seres humanos.
O discurso subserviente e irresponsável contra o Estado, agora enfrenta seu mais grave momento e fica claro e contundente que somente o poder do Estado pode socorrer a sociedade.
O Trabalhismo brasileiro – desde sua gênese na Revolução de 1930 – compreendeu este conceito; afinal, fomos nós que edificamos as bases do Estado Nacional acompanhadas de industrialização e conquistas de direitos sociais.
Hoje dependemos, desesperadamente, da saúde pública com seus milhares de servidores e colaboradores, assim como a esperança de pesquisas e de encontrar soluções para o combate também estão nas universidades, nos laboratórios que boa parte se encontra sobre a tutela do Estado, que mesmo sucateado e desmantelado pelos governos anteriores e em péssimas condições, merecem todo o nosso respeito pelo trabalho desenvolvido.
Como também a recuperação econômica será efetivamente conduzida, fomentada e recuperada com investimento do Estado, assim como no Brasil e em outros países.
Tanto os Estados Unidos como a Alemanha, a China, a Espanha e o Reino Unido terão que injetar dinheiro em suas economias.
Oras, cadê o mercado, os “neolidiotas”, os neoparasitas e os guardiões do ultraliberalíssimo?
Qual a solução que estes adoradores de bezerros de ouro têm?
Quantos hospitais, médicos e respiradores eles podem fornecer à sociedade? Qual o investimento que farão para a recuperação econômica?
Infelizmente, tivemos que enfrentar uma grande pandemia mundial para verificar de forma inequívoca a importância do Estado.
O aleive do liberalismo desmorona como castelo de areia.
O Brasil, devido à sua insensata adesão a este discurso do Estado Mínimo e do desmonte de nossas defesas como, por exemplo, na área industrial, na educação e pesquisa universitária e também em nosso sistema de saúde, sucateado e agredido ao longo do tempo, vai sofrer mais.
Esta ideologia promovida pelos megaespeculadores e desta rapinagem de sanguessugas estão com suas digitais cheias de sangue, pois o desmonte do Estado e nossa ineficiência, hoje, mostra-se desastrosa.
Dr. Manoel Dias – secretário-geral nacional do PDT e presidente da FLB-AP