Relatório sobre Soberania – julho/2019
Publicado 05/08/2019 - Atualizado 08/08/2019
FATOS RELEVANTES
O mês de julho do governo de Jair Bolsonaro caracteriza-se pelo avanço do desmonte do Estado Brasileiro, por posturas incompatíveis com o decoro do cargo de Presidente da República, e com aprovação em primeiro turno da Reforma da Previdência, que na verdade significa um desmonte criminoso e perverso da aposentadoria do povo brasileiro.
Entretanto, no tocante à questão da Soberania Nacional destaca-se o avanço das revelações da Agência The Intercept que descortinam as ações deliberadas de agressão e uso político contra adversários, pelo Ministério Público do Paraná e o juiz Sergio Moro, hoje Ministro da Justiça.
Agravante neste contexto é a desconstrução do Estado Democrático de Direito, e o uso da Polícia Federal a fim de perseguir os que revelaram os crimes cometidos pelos integrantes da república de Curitiba. No dia 23 de julho último, em ação da Polícia Federal, chefiada pelo Ministro Sergio Moro, houve uma operação que prendeu suspeitos de hackearem os telefones dos integrantes da Operação Lava-Jato.
Ato contínuo do governo contra nossa Soberania é a ação permanente e incessante da guerra ideológica que o Ministro da Educação Abraham Weintraub mantém contra a educação e contra a ciência e tecnologia do Brasil.
Gravíssimo e assustador contra os interesses pátrios e contra a Soberania Nacional é a proposta do Governo brasileiro, em especial do Presidente Jair Bolsonaro, de indicar seu filho, o deputado federal pelo PSL-SP, Eduardo Bolsonaro, para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Os atributos do nobre deputado para ocupar cargo de tamanha relevância, onde um dos princípios é defender os interesses do Brasil com os americanos são ter feito um intercâmbio estudantil e saber fritar hambúrguer.
A clara e indiscutível posição do Brasil em subserviência aos interesses de Washington configura-se um escândalo; um crime lesa-pátria.
Paralelo a isso a Petrobras, em sua cruzada de desnacionalização e desmonte, vende 35% da BR Distribuidora, e coloca a companhia como minoritária no setor; uma vez que já havia sido vendido 29% no ano de 2017.
Ação ou Omissão Governamental?
A ação governamental no mês de julho referente à Soberania Nacional ressume-se no avanço do desmonte do Estado, na sanha privatista e no conceito ultraliberal.
Em voga por inúmeros temas domésticos, em especial, a Reforma da Previdência a qual o governo obteve grande vitória utilizando-se dos velhos métodos de liberação de emendas e o toma lá da cá, as ações do governo sobre Soberania Nacional se resumem no mês de Julho na continuidade da guerra ideológica e o alinhamento subserviente aos interesses americanos.
Ato concreto foi a utilização da Polícia Federal, pelo Ministro da Justiça Sérgio Moro, para fins políticos por ensejo das revelações de crimes cometidos por ele e por seus companheiros de Operação Lava-Jato, contra o Estado Democrático de Direito.
Relevante, porém, foi a venda e a perda acionária da BR Distribuidora, a qual a Petrobras detinha; e, mais uma vez, perdemos parte de nossa soberania com a política anti Petrobras.
Fato acentuado, profundamente preocupante e constrangedor são os preparativos para indicação do filho do Presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro, para ocupar o cargo de embaixador do Brasil nos EUA.
Contrariando completamente as melhores tradições diplomáticas do Brasil esta ação confirma o completo e inexorável alinhamento ideológico e político de Bolsonaro e Donald Trump.
ANÁLISE CRÍTICA:
Confirma-se com as ações do governo de Jair Bolsonaro, o que detectamos já nas primeiras análises do perfil e dos desígnios que têm sido o que pretendem os mandatários do Poder Executivo brasileiro.
A tática do circo, em declarações polêmicas e ações caricatas são cortinas de fumaça para o avanço de ações ultraliberais na política brasileira.
Extremamente focado ideologicamente o governo ataca em diversas rentes, polarizando o debate político, e escolhendo adversários que se veem na defensiva e com pouco poder de reação.
Alvo preferencial do alinhamento ideológico que o governo mantém com os EUA, anda a passos largos o crime contra a Petrobras por meio de seu sucateamento e venda.
Embora longe das manchetes e dos editoriais analíticos, o Petróleo e o nosso pré-sal são, sem dúvida, o ensejo das cobiças mais fortes do dito “mercado” e dos grupos auxiliares de Trump.
O debate ideológico promovido pelo governo contribui para a polarização de anulação de qualquer possibilidade de discussão e de rearticulação das forças progressistas, que buscam muito mais sobreviver em meio ao caos do que reagir frente a entrega soberana de nosso país.
A própria votação em primeiro turno da Reforma da Previdência não deixa dúvida do domínio de pensamento, da polarização e da apatia social que estamos enfrentando.
É preocupante o avanço e a força demonstrada pelo governo que se revela no Congresso Nacional, que simula independência, e muitas das vezes contrariedade, mas que está umbilicalmente alinhado ideologicamente com o governo e suas ações.