Omissão, negacionismo e entreguismo são as marcas de Bolsonaro
Publicado 09/04/2021
A soberania é o direito que tem um povo independente de determinar sua organização política, organização econômica, organização militar e organização social de acordo com seus objetivos de desenvolvimento, de democracia, e de direitos para toda a população,sem interferência externa.
Neste último trimestre, na observância referente às ações e omissões do governo de Jair Bolsonaro constatamos que o mesmo ratifica o seu desígnio de afrontar as instituições democráticas, assim como continua sua jornada negacionista e seu entreguismo contra povo brasileiro e, consequentemente, contra a soberania nacional.
Atualmente estamos presenciando a mais grave crise sanitária em nosso país,onde somos o epicentro mundial da Covid-19. Fruto das ações criminosas, repulsivas e direcionadas pelo Governo Federal e pelo chefe de Estado, que através de um retumbante negacionismo, têm levado milhares e milhares de brasileiros à contaminação e à morte por conta da transmissão viral.
Emmeio à crise pandêmica percebemos ainda que nosso país possui uma dependência industrial, tecnológica e estratégica de outros países mais desenvolvidos; esta sujeição – fruto de visões e governos ultraliberais passados – escancarou a nossa falta de investimento em áreas estratégicas, a nossa desindustrialização por falta de planejamento, e o falso argumento de que o Estado Mínimo é o melhor modelo a se adotar.
A importância do Estado se descortina de forma gritante e inconteste.Não há socorro ou assistência sem o Estado; até mesmo, em países precursores do neoliberalismo veem no Estado a pujança na luta contra a pandemia, em favor da defesa de suas populações e suas economias.
Emmeio ao caos mundial, a “ordem” supostamente dada peloex-presidente americano também negacionista, Donald Trump, ao governo de Jair Bolsonaro de não adquirir vacinas da Rússia, devido a questões geopolíticas do governo americano, é imprescindível que se investigue, e caso se comprove, temos caracterizado um verdadeiro crime contra o povo brasileiro, uma subordinação e uma vassalagem jamais vistos.
Entretanto,com as atenções voltadas ao colapso da saúde brasileira que sofre com a superlotação, com a falta de insumos básicos, e com a desatenção proposital do ministério da saúde que “politizou”a pandemia da forma mais perversa e letal, o governo de Jair Bolsonaro entrega o Brasil e afronta cada vez mais a determinação da soberania nacional.
O desmonte e a destruição da Petrobras continuam em voga,astutamente, com a entrega de refinarias ao capital privado. A joiada coroa, das intrigas e ambições internacionais sempre foi tirar do povo brasileiro a Petrobras, desde a sua criação em 1953, por Getúlio Vargas. Precisamos reagir, pois a cada dia, perdemos uma parte da Petrobras, e hoje, “O petróleo já não é tão nosso”.
Fantoches perigosos dos interesses internacionais que não ornam com nossa soberania, os agentes da Escola de Chicago vêm pressionando para acelerar o desmonte do Estado Brasileiro e, consequentemente, para suprimir nosso patrimônio. Empresas como: os Correios, o Banco do Brasil e a Embraer continuam nos objetivos privatistas de Bolsonaro e Paulo Guedes.
Senão bastasse, o governo Bolsonaro acuado – devido a sua culpabilidade dolosa de genocídio que sofre a população brasileira, vítima de seu fundamentalismo negacionista, e sua falta de empatia humanística – recorre aos entulhos autoritários, como a Lei de Segurança Nacional para perseguir e intimidar pessoas críticas aos seus desmazelos e às suas ingerências, como também a ameaça de decretar no país Estado de Sítio. Procura-se o conflito para tentar impetrar o golpe.
Os fatos demostram que dificilmente Bolsonaro e seu governo escaparão de responder, tanto na esfera nacional, como na esfera internacional,pelos gravíssimos crimes cometidos. A marca de 300 mil mortes desde o início da pandemia, um ano atrás, demonstra a insana e desumana condução do Governo.
Relações Internacionais
Contrariando as melhores tradições de nossas relações internacionais, o ministro da Relações Exteriores, Ernesto Araújo, com alinhamento ideológico baseado no negacionismo e vassalagem à extrema-direita internacional, que o credenciou ao posto, tem envergonhado e prejudicado o povo brasileiro de forma insofismável.
Sua inaptidão, associada à sua falta de bom senso, a falta diplomática e conhecimento fazem de Ernesto Araújo um pária nas relações exteriores. Reflexo desta ação desastrosa é o isolamento do Brasil em relação ao mundo internacional.
A imprensa do mundo inteiro associa o governo Bolsonaro e seu Relações Exteriores com forte viés nazista. Charges dos mais proeminentes jornais do planeta já fizeram a comparação. Essa imagem negativa afeta brutalmente o Brasil.
Araújoé responsável pela guinada ideológica na política internacional do Brasil e feriu simultaneamente o relacionamento do país com Estados Unidos, China e Índia, três nações com produção própria de imunizantes que poderiam ajudar imediatamente a aumentar o estoque do país.
Em relação aos EUA, o Brasil deixou de lado sua tradicional neutralidade e apoiou abertamente um candidato, o derrotado Donald Trump, e falhou em reconhecer a vitória do atual presidente Joe Biden, e em condenar o ataque de trumpistas ao Capitólio.
No caso da China, nossa maior parceira comercial, Araújo fez ataques sistemáticos, via rede social, ao país e a seu embaixador no Brasil.
E em relação à Índia, o Brasil optou por quebrar outra tradição diplomática ao se alinhar a países ricos quando os indianos sugeriram quebrar patentes de tratamentos contra a Covid-19, na Organização Mundial do Comércio (OMS).
Diante do exposto podemos concluir que o Ministro das Relações Exteriores é um dos corresponsável pela falta de vacina no Brasil, assim como pela deterioração da imagem do Brasil no exterior.
Após toda a deterioração da imagem do Brasil no exterior , o agravamento da pandemia com recordes de casos e mortes, e falta de insumos e vacinas, Ernesto Araujo acha oportuno atacar o Senado Federal.
Ataque esse que representou seu último ato, pois devido as pressões políticas, enfim pede demissão. Deixando como legado sua péssima gestão o pior Ministro de Relações Exteriores da História do Brasil.
Fundação Leonel Brizola/Alberto Pasqualini
Observatório da Democracia