Pandemia: especialistas analisam a necessidade do isolamento, as fraquezas e os pontos fortes da saúde pública no Brasil

Nesta segunda-feira, 18/05, às 14h30, o Observatório da Democracia promoveu a quinta Web conferência do Ciclo Diálogos, Vida e Democracia, com o tema “Coronavírus, Isolamento Social e Saúde Pública”. Esta mesa teve a mediação da coordenadora do Setorial Nacional de Saúde do PT Eliane Cruz.


A mesa foi composta pela médica sanitarista e professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC/UFRJ) Lígia Bahia; a professora de Epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA Glória Teixeira; a professora titular de economia da PUC-SP e ex-presidente da ABrES Rosa Maria Marques e a vice-presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família da Prefeitura de Niterói Maria Célia Vasconcellos.


Esta foi a segunda webconferência para debater propostas sobre o sistema de saúde público em tempos de pandemia do ciclo, a primeira foi realizada no dia 04/05 (confira aqui).


A professora Lígia Bahia destacou a instabilidade no atual governo com relação à política de combate ao avanço do coronavírus, ela ressaltou o segundo pedido de afastamento do ministério em meio a pandemia. A professora acredita que este debate deve ser enfrentado com responsabilidade e respeito à ciência. “Eu defendo o isolamento social que é um dos mecanismos eficazes que temos hoje. A outra medida é a testagem coletiva para reconhecermos onde se deve agir e prevenir,” afirma Lígia Bahia.
A professora de Epidemiologia Glória Teixeira destacou a importância de ter um sistema de saúde democrático, que beneficie toda a sociedade com serviços de qualidade.
De acordo com a epidemiologista, a sociedade é menos desigual quando a população em geral tem acesso à saúde. “Lutar pelo SUS é lutar pela democracia. Hoje a pandemia de Covid-19, que é a preocupação de toda sociedade, revela a necessidade de se ter um sistema de saúde universal, equânime e de qualidade”, defende Glória Teixeira.
“Compreender a saúde como um direito é entender a saúde como um direito que emana da cidadania”, disse Rosa Marques. De acordo com a professora de economia, embora a saúde seja um direito garantido pela Constituição de 1988, é difícil manter a qualidade de atendimento e planejamento orçamentário sem ter um fundo de investimento.

Maria Celia Vasconcellos relatou a importância do SUS (Sistema Único de Saúde) em epidemias como a dengue em episódios anteriores e demonstrou receio em relação a estrutura do sistema com a chegada do Covid-19. “Estamos vivendo um grande retrocesso democrático no que diz respeito ao acesso a questões básicas de direitos essenciais. E a questão que causa mais receio é sobre qual qualidade oferecida pelo SUS teremos a partir de agora,” questionou.

Em crítica ao investimento tecnológico realizados nos últimos anos no Brasil, Marica Célia Vasconcellos lamentou a falta de produção de respiradores no país. Atualmente, o governo federal depende de importação da China a um custo consideravelmente alto para garantir aparelhos respiratórios a pacientes em estado mais grave.

Acompanhe o debate na íntegra acessando o canal do observatório no YouTube ou  no Facebook de uma das fundações integrantes do Observatório da Democracia.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *